
A maternidade solo exige força emocional e constante reinvenção
Mães solo e a maternidade sem rede de apoio
Sou Akina, mãe solo de duas meninas gêmeas. Desde que elas nasceram, entendi na pele o que significa viver a maternidade sem rede de apoio. Não se trata apenas de estar sozinha fisicamente, mas de carregar sozinha cada decisão, responsabilidade e cansaço.
Enquanto muitos casais contam com familiares, amigos ou vizinhos por perto, a mãe solo precisa encontrar força em si mesma. Por isso, precisamos falar sobre a realidade das mães solo — com verdade, profundidade e acolhimento.
Ser mãe solo é mais do que criar sozinha
Ser mãe solo é tomar todas as decisões importantes sem dividir com ninguém. É fazer a matrícula da escola, escolher o pediatra e lidar com febres de madrugada sem ninguém por perto. Além disso, é estar exausta e mesmo assim continuar cuidando.
Não é apenas a ausência do pai que pesa. Muitas vezes, a ausência da família, de amigas próximas ou de um simples gesto de ajuda agrava ainda mais a sensação de isolamento. A maternidade, quando solitária, exige um nível de entrega que poucos conseguem imaginar.
Pequenas faltas que se tornam enormes
Me lembro de uma noite difícil: as meninas estavam com febre e eu também. Senti o corpo falhar e o emocional despencar. Enquanto cuidava delas, tudo que queria era um abraço. Alguém que dissesse: “Você está indo bem, mesmo cansada.”
Essa falta de validação é mais comum do que parece. Sem alguém para nos lembrar que estamos fazendo o possível, o peso dobra. E o emocional se sobrecarrega.
Como sobreviver à maternidade solo sem rede de apoio?
- Construa pequenos rituais: tomar um banho demorado, escrever um diário ou preparar um chá especial ajuda a reconectar com você mesma.
- Crie sua rede, mesmo que virtual: grupos de mães solo, fóruns e amigas online podem ser fonte real de acolhimento.
- Peça ajuda sem culpa: muitas vezes há alguém disposto a apoiar, mas esperando que você diga que precisa.
- Se proteja emocionalmente: evite se cercar de quem critica ou invalida sua entrega diária.
- Valorize o que você já conquistou: olhar para trás e perceber sua trajetória fortalece a autoestima.
Leituras que podem acolher
O post O luto da mulher de antes pode ajudar a entender a dor que sentimos ao nos despedir da versão de nós mesmas antes da maternidade.
Além disso, recomendo a leitura de artigos da Revista Crescer, que frequentemente abordam maternidade real de forma empática, especialmente para quem não tem rede de apoio.
Mãe solo também merece colo
Você que está aí do outro lado, lendo em silêncio, talvez cansada e com o peito apertado: saiba que o que você faz é extraordinário. Mesmo sem aplausos ou recompensas visíveis, sua entrega muda o mundo de alguém — todos os dias.
Não é fraqueza precisar de apoio. É humanidade. E se hoje ele não vem de fora, que este texto seja um lembrete: você não está sozinha. Nós somos muitas, e estamos aqui. 💛🐼