Casal em conexão íntima e leveza após a chegada do bebê
Maternidade real

Sexo no pós-parto: quando é hora de retomar a intimidade?

Casal dançando em silhueta ao pôr do sol

A retomada da intimidade após o parto precisa de tempo, escuta e afeto

Sexo no pós-parto: quando é hora de retomar a intimidade?

“E aí, já liberou?” — essa foi a primeira pergunta que Marina escutou de uma amiga poucos dias após voltar da maternidade. Ela ainda sentia os pontos doloridos, o peito rachado e o olhar perdido de quem mal conseguia dormir. Naquele momento, falar sobre sexo no pós-parto parecia fora de lugar. No entanto, a cobrança chegou — como acontece com muitas mulheres.

Eu sou Akina, mãe solo de duas meninas gêmeas. Escrevo este texto não apenas como autora do Meu Pandinha, mas como alguém que já ouviu — e acolheu — muitas histórias como a da Marina. Retomar a vida sexual após o nascimento de um bebê envolve o corpo, o emocional e, acima de tudo, o tempo de cada mulher.

Sexo no pós-parto: quando o corpo ainda precisa de tempo

Geralmente, os médicos liberam a atividade sexual entre 30 e 45 dias após o parto, dependendo do tipo de parto e da recuperação. Contudo, liberação médica não é sinônimo de vontade ou desejo real.

Enquanto isso, o corpo tenta se reorganizar. Os hormônios ainda oscilam. Além disso, o cansaço, a dor, a insegurança e a ausência de libido tornam esse assunto delicado. Por isso, não sentir-se pronta é completamente normal.

O peso da culpa e a ausência de diálogo

Marina me contou que voltou a ter relações sexuais logo após a liberação médica, mesmo sem vontade. “Fiz por ele”, ela disse. No entanto, chorou sozinha no banho. A dor não foi física, foi emocional.

Esse tipo de vivência mostra o quanto a falta de conversa machuca. Por outro lado, quando existe escuta, o casal se reconstrói junto. A mulher não deveria sentir que precisa “cumprir um papel”, mas sim escolher com liberdade o momento certo.

Como reconstruir a intimidade de forma gentil

Existem caminhos mais leves para retomar essa conexão. Veja algumas ideias que podem ajudar nesse processo:

  • Fale sobre seus sentimentos: não guarde o que sente. Vulnerabilidade também aproxima.
  • Comece devagar: carinho, toques, beijos e contato visual são parte da intimidade.
  • Respeite o próprio tempo: cada mulher tem seu ritmo. Comparações não servem.
  • Busque apoio especializado: profissionais podem acolher e orientar sem julgamento.

Sexo não é retorno — é reencontro

Quando acontece com carinho, escuta e desejo genuíno, o sexo no pós-parto pode deixar de ser um dever e virar um reencontro. Ou seja: pode se transformar em acolhimento, e não em cobrança.

Às vezes, isso começa com um toque leve, um abraço demorado ou um olhar de cuidado. E tudo bem se for só isso por enquanto. A intimidade também se expressa nos detalhes.

Leitura complementar

Você pode gostar de ler o post O impacto do parto na saúde mental. Ele aprofunda como emoções e corpo se entrelaçam após o nascimento de um filho.

Além disso, a Cartilha do Ministério da Saúde traz orientações seguras sobre os aspectos emocionais e sexuais do puerpério.

Seu desejo merece respeito

Se você ainda não sente vontade, tudo bem. Se tem medo, dúvidas ou só quer esperar mais, isso é legítimo. O desejo não tem prazo. Ele não precisa obedecer a ninguém, apenas a você mesma.

Eu, Akina, escrevo este blog para lembrar que você tem o direito de escutar o seu tempo. Quando o desejo surgir, que ele venha com presença, leveza e verdade.

💛🐼

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *