
A culpa materna pesa mesmo quando ninguém está apontando o dedo
Culpa materna: o peso que toda mãe já sentiu — mas não precisa carregar sozinha
“Ela chora e eu me sinto a pior mãe do mundo.” Essas foram as palavras de uma leitora que me escreveu recentemente. Seu bebê tinha 3 semanas e, desde o nascimento, ela carregava um peso invisível. Esse peso aumentava a cada amanhecer. A culpa materna tinha se instalado sem pedir licença — e sem explicações claras.
Eu sou Akina, mãe solo de duas meninas gêmeas. Escrevo este texto não apenas como autora do Meu Pandinha, mas também como alguém que já ouviu (e viveu) muitas histórias como a dela. Por isso, hoje quero falar com você que sente essa dor. E dizer, antes de tudo, que você não está sozinha.
Quando a culpa começa a aparecer
Essa mãe me contou que sentia culpa por não saber amamentar direito. Além disso, se sentia ainda pior por não entender o choro do bebê e por estar cansada demais para dar banho com carinho. Mas o que mais a machucava era não estar feliz o tempo todo. “Tem mães que dizem que é o melhor momento da vida delas. Por que eu não estou sentindo isso?”, ela perguntava.
Esse questionamento constante transforma o puerpério em um campo minado emocional. Cada passo é dado com insegurança. Consequentemente, cada tropeço se torna prova de incompetência — mesmo que isso só exista dentro da nossa cabeça.
De onde vem tanta culpa?
Grande parte dessa dor nasce da maternidade idealizada. A comparação com outras mães, os comentários nas redes sociais, os palpites não solicitados e os julgamentos implícitos constroem um cenário de pressão. Além disso, o próprio cansaço físico e mental nos torna ainda mais vulneráveis à autocrítica.
No entanto, a verdade é simples: amar não significa acertar sempre. Ser mãe é ser humana. E toda humanidade inclui falhas, dúvidas, cansaço — assim como acertos, amor e recomeços.
Como acolher a culpa materna (sem deixar que ela te defina)
Essa culpa pode ser acolhida com gentileza. Aqui estão algumas estratégias que podem aliviar esse peso:
- Nomeie o que sente: quando conseguimos dar nome à culpa, ela perde força.
- Converse com outras mães reais: ao ouvir relatos sinceros, você entende que não está errada — está apenas sendo mãe.
- Respeite seu próprio tempo: você está se adaptando. Seu filho também.
- Busque apoio emocional: terapia, grupos de escuta e rodas de mães podem ser espaços curativos.
Você está fazendo o melhor que pode
Mesmo nos dias em que tudo parece dar errado, você está tentando. Isso já é prova de amor. Além disso, é importante lembrar: errar não significa falhar. Significa que você é humana.
Permita-se ser imperfeita. Permita-se não dar conta. E, principalmente, permita-se descansar — inclusive da culpa. Com isso, você começa a abrir espaço para o autocuidado e a leveza.
Leitura complementar
Se esse tema tocou você, recomendo a leitura do post A importância da validação emocional. Validar o que sentimos é um passo fundamental para curar.
Além disso, o site do Ministério da Saúde também oferece materiais gratuitos sobre saúde mental materna e puerpério.
Você não precisa carregar esse peso sozinha
Talvez ninguém veja. Talvez ninguém fale. Mas a culpa materna existe — e machuca. Ainda assim, ela pode ser acolhida, escutada e suavizada.
Você não precisa carregar esse peso sozinha. Eu estou aqui. E muitas outras mães também. 💛🐼